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São Paulo e Palmeiras: Lições de Austeridade e Reestruturação Financeira
Por Redação FutVerdão em 04/10/2024 05:42
Resgate Histórico: As Dificuldades Financeiras de São Paulo e Palmeiras
Em busca de estabilidade financeira, o São Paulo Futebol Clube deu um passo crucial: a criação do "Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios São Paulo Futebol Clube". Essa iniciativa, semelhante à tomada pelo rival Palmeiras no início da década passada, visa reestruturar as finanças do clube.
O Palmeiras , sob a liderança de Paulo Nobre a partir de 2013, mergulhou em um processo de contenção de gastos. A gestão do ex-presidente, em meio à segunda Série B da história do clube, implementou a abertura de dois fundos de investimento para lidar com a dívida.
A diferença fundamental entre as estratégias reside no fato de Nobre ter investido seu próprio capital diretamente nos fundos, totalizando um empréstimo de cerca de R$ 146 milhões. Um dos fundos foi quitado em 2017, e o outro no ano seguinte. A meta inicial era zerar o fundo maior, de R$ 104,8 milhões, em 10 anos, mas o retorno surpreendente aconteceu em apenas três anos.
O Modelo de Investimento do São Paulo
O plano do São Paulo, em contraste, não se baseia em empréstimos ou um investidor único. O clube firmou uma parceria com duas empresas de investimento (Galapagos Capital e OutField), que colaboraram na concepção do projeto. Investidores externos terão a oportunidade de adquirir cotas do fundo, com recebíveis como verbas de direitos de transmissão, naming rights, patrocínios e outras fontes de renda servindo como garantia para os investidores.
Austeridade Fiscal: Uma Estratégia Comum
Tanto São Paulo quanto Palmeiras adotaram medidas de austeridade fiscal para reduzir suas dívidas. No caso do São Paulo, a proposta aprovada pelo Conselho Deliberativo com mais de 80% de votos, estabelece uma série de ?gatilhos? que impõem controle rigoroso sobre os gastos.
Entre os gatilhos, destacam-se: um teto para investimentos no futebol, a obrigatoriedade de superávit anual e a redução de despesas com salários na administração do clube. A meta é garantir a disciplina financeira e a saúde financeira do clube a longo prazo.
Nobre também implementou uma política austera no Palmeiras . Em seu primeiro mandato, a gestão firmou contratos de produtividade com jogadores e contratou atletas considerados ?modestos?. Em 2014, a equipe lutou contra o rebaixamento.
Essa estratégia, no entanto, levou à saída de jogadores importantes, como os atacantes Alan Kardec e Hernán Barcos. O primeiro transferiu-se para o São Paulo em 2014 com um salário maior, enquanto o segundo acertou com o Grêmio, que assumiu as dívidas do Verdão com o argentino e ofereceu uma valorização financeira.
As Palavras de Paulo Nobre: Uma Lição de Sabedoria
Em uma entrevista concedida em 2014, Paulo Nobre refletiu sobre a importância de uma gestão responsável:
?Não adianta nada brigar pelo título e passar cinco, sete anos pagando a briga pelo título. A máquina precisa girar, mas se você faz atitude populista trazendo jogadores a qualquer custo... Você pode ganhar ou não, só que fatalmente essa conta vai ter de ser paga um dia. Tem de pensar na instituição, não só no seu governo?.
Após a reestruturação, o Palmeiras ampliou suas fontes de receita e equilibrou a relação entre dívida e faturamento. A partir de 2015, o clube passou a colher os frutos da gestão responsável, com resultados esportivos positivos.
As experiências de São Paulo e Palmeiras demonstram que a austeridade fiscal e a reestruturação financeira são cruciais para a saúde e o sucesso de clubes de futebol. A busca por um equilíbrio entre ambição esportiva e responsabilidade financeira se torna fundamental para garantir a longevidade e a sustentabilidade das instituições.
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