Torcedores do Botafogo Acusados de Racismo em Partida da Libertadores

Ato Discriminatório em Jogo da Libertadores

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) formalizou uma denúncia contra dois torcedores do Botafogo, imputando-lhes o crime de racismo. A ação judicial decorre de incidentes ocorridos em agosto, durante o confronto entre Botafogo e Palmeiras, no estádio Nilton Santos, válido pelas oitavas de final da Copa Libertadores da América.

De acordo com a acusação, os indivíduos realizaram "atos discriminatórios contra torcedores da equipe adversária, comparando-os a macacos, tanto por palavras quanto por gestos". O ato racista, praticado por um dos alvinegros, foi documentado pelo jornalista Tossiro Neto, que estava presente no local.

Detalhes da Denúncia e a Intenção de Inferiorização

A peça acusatória detalha que um dos denunciados proferiu repetidamente o termo "macaco" em direção aos torcedores do Palmeiras . O outro, além de utilizar a palavra, também esfregou o dedo indicador no próprio antebraço, em clara alusão à cor da pele das vítimas, e simulou movimentos característicos de um macaco, intensificando a natureza ofensiva do ato.

O promotor de Justiça Alexandre Themístocles enfatizou que tais ações revelam uma intenção clara de animalizar pessoas negras. "A repetição dos insultos reforçou uma dinâmica social de subalternidade imposta aos negros. Além de expressar preconceito e discriminação, as ofensas buscaram recriar uma realidade de inferiorização, deslegitimando a presença das vítimas em espaços esportivos abertos ao público", argumentou o promotor.

Punições e Repúdio ao Racismo

O Botafogo, em comunicado oficial divulgado na época dos acontecimentos, informou que tomou providências punitivas em relação ao torcedor envolvido. O clube declarou ter identificado e excluído o indivíduo de seu quadro social, banindo-o também dos jogos realizados no estádio Nilton Santos. Adicionalmente, foi revelado que o torcedor era funcionário da prefeitura de Maricá (RJ) e foi demitido em decorrência do ocorrido.

Denúncia à Conmebol e o Posicionamento do Palmeiras

O caso também foi levado ao conhecimento da Conmebol, por meio de uma denúncia formal. O documento continha, ainda, uma denúncia apresentada pelo Palmeiras , assinada por Henry Mendes, oficial de segurança do clube paulista. A iniciativa do clube demonstra o repúdio à atitude racista e a busca por justiça no âmbito esportivo.