Segurança Reforçada para o Duelo Cruzeiro x Palmeiras

Confrontos entre Torcidas e o Jogo de Alto Risco

A partida entre Cruzeiro e Palmeiras, agendada para 4 de dezembro, acendeu um sinal de alerta para as autoridades mineiras. A preocupação se justifica pelos recentes e violentos conflitos entre as torcidas organizadas dos dois clubes. O governador em exercício de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo/MG), anunciou em entrevista coletiva na quinta-feira (14) um plano de segurança diferenciado para o evento esportivo.

Os embates entre torcedores, não são um acontecimento isolado. Em outubro de 2023, integrantes da ?Mancha Verde? (Palmeiras) e da ?Máfia Azul? (Cruzeiro) protagonizaram uma briga na rodovia Fernão Dias, em São Paulo, envolvendo aproximadamente 150 pessoas, segundo o portal ?G1?. Os feridos foram exclusivamente torcedores do Cruzeiro, com um ônibus incendiado e outro com vidros quebrados.

Incidentes similares ocorreram em 2022 na BR-381, em Carmópolis de Minas. Dez torcedores do Palmeiras ficaram feridos em uma confusão que incluiu até o uso de armas de fogo. A gravidade desses eventos justifica o temor das autoridades diante do próximo encontro entre as equipes.

Plano de Segurança Diferenciado e a Proposta de Torcida Única

Em virtude dos conflitos anteriores, o governador sugeriu a implementação de um esquema com torcida única para o jogo. A declaração do governador demonstra a preocupação com a segurança pública e a necessidade de medidas preventivas eficazes.

?Nós vamos ter uma operação específica para Cruzeiro x Palmeiras . Nossa impressão é de que não há tempo para ter a solução definitiva para este jogo. Mas que nós vamos ter uma operação diferenciada para este jogo, não tenha dúvida nenhuma?, declarou Simões.

Apesar do planejamento policial detalhado, a possibilidade de torcida única foi levantada como uma medida adicional para minimizar os riscos de violência.

Custos e Implicações da Violência no Futebol

O governador expressou sua preocupação com os altos custos financeiros e humanos envolvidos na manutenção da ordem em jogos de alto risco. A alocação de recursos para segurança pública, em detrimento de outras áreas, foi criticada pelo governador.

?Agora, falo com sofrimento. O que nós gastamos já para garantir a segurança deste jogo, com o tipo de problema que nós tivemos, é inclusive um crime de lesa ao estado. Nós mobilizamos mil homens no dia do jogo (Atlético-MG x Flamengo). Nós escoltamos 28 ônibus do Flamengo desde a divisa do Estado até o campo e depois, do campo até a divisa do Estado?, afirmou Simões.

Ele lamentou a necessidade de mobilizar um grande contingente policial para controlar a violência gerada por torcedores que não respeitam as regras, destacando o impacto negativo na gestão pública e nos recursos destinados à segurança.

A Responsabilidade pela Segurança e o Futuro do Futebol

O governador fez um apelo aos responsáveis pela organização do evento, para que avaliem cuidadosamente os riscos para a população em permitir a presença de torcidas rivais em um jogo com histórico de violência recente. A responsabilidade pela segurança pública e a prevenção de incidentes é um tema crucial.

?Então eu acho inclusive que deveríamos conversar com muita seriedade sobre a possibilidade de presença da torcida adversária dentro deste jogo um jogo que tem todos os sinais de jogo de risco elevado. Esta decisão não é nossa?, disse o governador.

?Mas eu insto aqui os responsáveis para que avaliem com muito cuidado o tipo de risco que estão submetendo à população quando permitem num jogo com morte acontecida há menos de trinta dias, torcidas mistas dentro de um estádio", completou, reforçando a gravidade da situação e a necessidade de ações preventivas mais eficazes.

A situação demonstra a complexidade do problema da violência no futebol e a necessidade de uma abordagem multifacetada, envolvendo clubes, autoridades e torcedores, para garantir a segurança e a paz nos estádios.